Artista Plástica Anna Guerra ilustra peça comemorativa aos 40 anos da Procenge
Anna Guerra nasceu no Recife e foi criada em Carpina, no berço do Rio Capibaribe. Vinda de uma família de artistas, descobriu cedo sua vocação para as artes. Apaixonada pela atmosfera nordestina e pelo ambiente dos engenhos, a artista retrata o cenário e a cultura do nordeste brasileiro em suas obras, principalmente o universo feminino. Antes de seguir a carreira artística, Anna chegou a cursar veterinária e arquitetura, mas desistiu da vida acadêmica para seguir pintando e criando. Em 2002, participou da sua primeira exposição coletiva, junto com mais 16 artistas, e neste mesmo ano realizou também sua primeira exposição individual com o nome de “Carnaval, Sonhos e Fantasias”. De lá para cá não parou mais de expor o seu talento, participando inclusive de diversas exposições internacionais, como o Salon National Des Beaux Arts, no Museu do Louvre, em Paris, e a Artexpo New York. Em 2010, foi condecorada com o título de Membro da Academia Brasileira de Belas Artes do Rio de Janeiro. Atualmente, Anna é curadora do espaço Galeria 3058A, em São Paulo.
(Procenge News) Quando você começou a pintar?
(Anna Guerra) Desde muito criança já apresentava meus primeiros dons artísticos, mas a idade que mais me lembro foi aos 5 , onde já fazia figurinos de papel crepom para teatro da escola, além de pintar capas de cadernos das minhas colegas de classe.
(Anna Guerra) Desde muito criança já apresentava meus primeiros dons artísticos, mas a idade que mais me lembro foi aos 5 , onde já fazia figurinos de papel crepom para teatro da escola, além de pintar capas de cadernos das minhas colegas de classe.
(PN) Apesar de ser integrante de uma família de artistas, você chegou a tentar outras profissões. Como você descobriu sua verdadeira vocação e o que te levou a se dedicar exclusivamente à arte?
(AG) A vocação já existia, mas filha de agropecuarista e amante de cavalos e do meio rural, influenciada pela família prestei meu primeiro vestibular para veterinária, desistindo no 5º período da faculdade. Anos mais tarde prestei vestibular para arquitetura, achando ser a profissão ideal, mas desisti logo em seguida para trabalhar apenas com arte ou movimentos ligados à arte e cultura.
(AG) A vocação já existia, mas filha de agropecuarista e amante de cavalos e do meio rural, influenciada pela família prestei meu primeiro vestibular para veterinária, desistindo no 5º período da faculdade. Anos mais tarde prestei vestibular para arquitetura, achando ser a profissão ideal, mas desisti logo em seguida para trabalhar apenas com arte ou movimentos ligados à arte e cultura.
(PN) Você já deu aulas de pintura para pessoas de todas as idades. Você acha que qualquer pessoa pode pintar?
(AG) Já dei aulas para todas as idades, inclusive para pessoas especiais, me surpreendendo e aprendendo com cada um deles. Uma espécie de arte terapia não intencional, rsrs…ao acaso. Qualquer pessoa é capaz de pintar. O “querer aprender” é o primeiro sentimento de identificação com a arte de uma forma geral. Mas, como na matemática, existem algumas técnicas básicas para o aprendizado, mas o dom de continuar exercendo a profissão se aplica como a qualquer outra, gostar ou não gostar do que faz. Quando se gosta, estuda e vai além, se aperfeiçoando, cada obra um novo traço, uma nova descoberta. Quanto mais exercer o ato de pintar, mais experiência vai adquirindo. Eu digo que o principal estudo da arte é o olhar, aprender a ler a obra sob o olhar da descoberta. Como será que se faz isso ou aquilo? Digo que estou estudando, quando me encontro observando obras de outros artistas. Existe realmente uma leitura cromática sob meu olhar. Eu vejo a obra de traz pra frente e não simplesmente o que está retratado nela. Complementando, como em tudo na vida, existem os gênios, aqueles que nascem prontos.
(AG) Já dei aulas para todas as idades, inclusive para pessoas especiais, me surpreendendo e aprendendo com cada um deles. Uma espécie de arte terapia não intencional, rsrs…ao acaso. Qualquer pessoa é capaz de pintar. O “querer aprender” é o primeiro sentimento de identificação com a arte de uma forma geral. Mas, como na matemática, existem algumas técnicas básicas para o aprendizado, mas o dom de continuar exercendo a profissão se aplica como a qualquer outra, gostar ou não gostar do que faz. Quando se gosta, estuda e vai além, se aperfeiçoando, cada obra um novo traço, uma nova descoberta. Quanto mais exercer o ato de pintar, mais experiência vai adquirindo. Eu digo que o principal estudo da arte é o olhar, aprender a ler a obra sob o olhar da descoberta. Como será que se faz isso ou aquilo? Digo que estou estudando, quando me encontro observando obras de outros artistas. Existe realmente uma leitura cromática sob meu olhar. Eu vejo a obra de traz pra frente e não simplesmente o que está retratado nela. Complementando, como em tudo na vida, existem os gênios, aqueles que nascem prontos.
(PN) Suas obras costumam retratar o Nordeste e principalmente a figura feminina. Qual a sua visão sobre este universo?
(AG) Apaixonada pela atmosfera nordestina e pelo ambiente dos engenhos, quase sempre retrato o cenário e a cultura do Nordeste brasileiro em minhas obras, principalmente o universo feminino. Ao pintar as mulheres nordestinas, tento transmitir uma força e solidez que nem sempre estão presentes na realidade dessas pessoas.
Nas minhas obras predominam os tons pastéis contrastados com as cores vivas e as formas bem definidas, característica que varia de acordo com o momento, o meu momento. Cada quadro apresenta um recado que tento transmitir com figuras simbólicas, mostrando a força da mulher nordestina, sua determinação e garra, a luta com um mundo nem sempre hospitaleiro e, muitas vezes, hostil. A ausência de olhos em alguns quadros representa a valorização de emoções internas, uma vez que conto através das cores, histórias sem versos, histórias de luta, de garra, histórias folclóricas, de crenças, histórias do cotidiano, histórias de um povo vencedor, histórias do Nordeste. Histórias, quem sabe, vividas por mim. Às vezes penso que me pinto.
(AG) Apaixonada pela atmosfera nordestina e pelo ambiente dos engenhos, quase sempre retrato o cenário e a cultura do Nordeste brasileiro em minhas obras, principalmente o universo feminino. Ao pintar as mulheres nordestinas, tento transmitir uma força e solidez que nem sempre estão presentes na realidade dessas pessoas.
Nas minhas obras predominam os tons pastéis contrastados com as cores vivas e as formas bem definidas, característica que varia de acordo com o momento, o meu momento. Cada quadro apresenta um recado que tento transmitir com figuras simbólicas, mostrando a força da mulher nordestina, sua determinação e garra, a luta com um mundo nem sempre hospitaleiro e, muitas vezes, hostil. A ausência de olhos em alguns quadros representa a valorização de emoções internas, uma vez que conto através das cores, histórias sem versos, histórias de luta, de garra, histórias folclóricas, de crenças, histórias do cotidiano, histórias de um povo vencedor, histórias do Nordeste. Histórias, quem sabe, vividas por mim. Às vezes penso que me pinto.
(PN) Quais artistas influenciam seu trabalho?
(AG) Há quem diga DiCavalcanti ou até mesmo Tarcila do Amaral, mas só fui conhecer a obra destes e outros modernistas muito depois, sou Auto Didata. Carybé, este sim é minha maior admiração, mas com o decorrer dos anos fui observando que outros modernistas estavam presentes em minha obra como se eu tivesse vivido cada um deles.
(AG) Há quem diga DiCavalcanti ou até mesmo Tarcila do Amaral, mas só fui conhecer a obra destes e outros modernistas muito depois, sou Auto Didata. Carybé, este sim é minha maior admiração, mas com o decorrer dos anos fui observando que outros modernistas estavam presentes em minha obra como se eu tivesse vivido cada um deles.
(PN) Qual a sua opinião sobre iniciativas de empresas, como a Procenge, que incorporam a arte e a cultura em ações de relacionamento?
(AG) Sou criadora do projeto Raízes, que está diretamente relacionado ao apoio de iniciativa Privada, pois os acessos às iniciativas públicas são mais restritos. Esta ideia fomenta os segmentos da cultura – produção, circulação, preservação e difusão, incentivando a ampliação das oportunidades de criação por parte dos artistas; contribui com a construção permanente de uma cidadania que incorpore a memória e a diversidade da sociedade, ampliando o acesso à cultura; possibilita a quebra de mensagens pré-formuladas, divulgando a imagem de um país plural; leva ao conhecimento do público o trabalho de artistas; expõe os trabalhos dos artistas a um público cada vez maior, contribuindo para o enriquecimento cultural brasileiro; facilita a divulgação de conhecimentos artístico-culturais; contribui para uma visão crítica brasileira no tocante a sua multiculturalidade; oportuniza maior acesso da população aos bens culturais; fortalece as estruturas já existentes e cria novas parcerias para a divulgação da cultura brasileira; divulga e promove a cultura brasileira, das mais diversas regiões, pelo mundo.
(AG) Sou criadora do projeto Raízes, que está diretamente relacionado ao apoio de iniciativa Privada, pois os acessos às iniciativas públicas são mais restritos. Esta ideia fomenta os segmentos da cultura – produção, circulação, preservação e difusão, incentivando a ampliação das oportunidades de criação por parte dos artistas; contribui com a construção permanente de uma cidadania que incorpore a memória e a diversidade da sociedade, ampliando o acesso à cultura; possibilita a quebra de mensagens pré-formuladas, divulgando a imagem de um país plural; leva ao conhecimento do público o trabalho de artistas; expõe os trabalhos dos artistas a um público cada vez maior, contribuindo para o enriquecimento cultural brasileiro; facilita a divulgação de conhecimentos artístico-culturais; contribui para uma visão crítica brasileira no tocante a sua multiculturalidade; oportuniza maior acesso da população aos bens culturais; fortalece as estruturas já existentes e cria novas parcerias para a divulgação da cultura brasileira; divulga e promove a cultura brasileira, das mais diversas regiões, pelo mundo.
(PN) O que você achou da experiência de ilustrar as capas dos cadernos comemorativos ao ano 40 da Procenge?
(AG) Uma vencedora, ganhando na loteria. Todos os objetivos do meu projeto caíram em minhas mãos, me engrandecendo e colaborando para que iniciativas como esta sejam cada vez mais realizadas.
(AG) Uma vencedora, ganhando na loteria. Todos os objetivos do meu projeto caíram em minhas mãos, me engrandecendo e colaborando para que iniciativas como esta sejam cada vez mais realizadas.
(PN) O que você achou da escolha da obra Bonecas de Dona Lia – Bandeira do Brasil e o que ela representa pra você?
(AG) Dona Lina foi uma vencedora artesã que criou filhos e netos fazendo bonecas de pano. Um dia resolvi fazer um Brasil de bonecas de pano, um Brasil dos criadores, um Brasil dos artistas, artistas de mãos dadas, um artista divulgando outro artista, que ao mesmo tempo é fonte inspiradora de uma Arte! Representando uma união, um coletivo, uma quebra de preconceitos, um ciclo. Na minha vida sempre foi assim, a união faz a força. Dando as mãos, assim como vocês estão dando as mãos para este universo tão difícil de ser atingido! Tinha certeza que esta seria a escolha. Ninguém vive só!
(AG) Dona Lina foi uma vencedora artesã que criou filhos e netos fazendo bonecas de pano. Um dia resolvi fazer um Brasil de bonecas de pano, um Brasil dos criadores, um Brasil dos artistas, artistas de mãos dadas, um artista divulgando outro artista, que ao mesmo tempo é fonte inspiradora de uma Arte! Representando uma união, um coletivo, uma quebra de preconceitos, um ciclo. Na minha vida sempre foi assim, a união faz a força. Dando as mãos, assim como vocês estão dando as mãos para este universo tão difícil de ser atingido! Tinha certeza que esta seria a escolha. Ninguém vive só!
Conheça mais o trabalho de Anna Guerra no sitewww.annaguerra.com.
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