GICLÉE A palavra vem do francês mas tem sido usada nos Estados Unidos, e conseqüentemente no resto do mundo, para definir um processo de gravação em papel ou tela através de micro jatos de tinta sob pressão. O processo envolve altíssima tecnologia e aplica aproximadamente 4.000.000 de partículas por segundo. É feito por um equipamento chamado Glicée Printer e pode usar até 16.000.000 de cores em uma única impressão. O resultado é uma tela praticamente igual a original. O artista assim pode multiplicar a sua obra, assinando e autenticando cada uma das cópias e possibilitando reduzir o preço de cada trabalho. Claro, ele faz essa multiplicação em um número reduzido para que a obra não se torne demasiadamente abundante. Se ele resolve multiplicar por 5, por exemplo, pode vender por R$ 3.000,00 ou pouco mais, um trabalho que antes só venderia por R$ 15.000,00 e isso é bom para todo mundo. Não há nenhuma novidade nessa prática de multiplicação mas só agora é possível gerar uma impressão em tela como se fosse realmente uma pintura. Já se faz isso no Brasil e quem me explicou essas coisas foi Anna Guerra que agora está em São Paulo e de malas prontas para uma viagem de exposições onde marcará presença em Lisboa, Frankfurt e outras cidades que não gravei na memória mas inclui uma passagem pelo Louvre, em Paris. Ela me explicou que inicialmente é criado um arquivo digital de altíssima resolução e que o artista pode interferir nele calibrando cores para tornar tudo o mais possível igual ao original. Aí o artista define o número de cópias e depois o arquivo é selado para não possibilitar ser usado outra vez. As cópias são então numeradas, assinadas e protegidas por um verniz. A durabilidade perfeita pretende ser de dois séculos ou pouco menos. Bastante tempo. Vejo logo uma outra utilidade. Será mais fácil conservar e reproduzir obras antigas com a perfeição absoluta ou quase absoluta. Isso viabiliza termos obras de Leonardo da Vince ou Edvard Munch em museus de cidades que antes nem poderiam sonhar com isso. Claro, entra aí o interesse em preservar a raridade para manter o valor mas isso já é outra questão. Bom, a tecnologia do Giclée Printer é considerada a mais sofisticada em todo o mundo e é bom que artistas como Anna Guerra se mantenham inteiradas sobre isso. Infelizmente não temos aqui imagens de um Giclée de Anna Guerra mas posso me dar ao luxo de escrever olhando para um original pregado na parede, que ganhei de presente anos atrás. Está em muito boa companhia na minha sala e de vez em quando temos uns papos interessantes. | |
Por Ronaldo Carneiro Leão - pensando em multiplicar algumas coisas. E Rê Rodrigues - vou multiplicar uma nota de 100 e pregar na parede |
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Navegando por Cyberartes...
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